Morgana é o projeto musical da artista baiana Ana Júlia Costa Menezes, hoje radicada em Portugal, e ativa na cena do psytrance underground desde 2016. O nome artístico surgiu naturalmente de apelidos afetivos como Morga (Morgada), combinados ao “Ana” do seu nome, uma fusão espontânea e cheia de identidade.

Sua imersão no universo noturno do psytrance começou nas festas alternativas de sua cidade natal, durante a ascensão da cena local. Iniciou como DJ em 2016 e, impulsionada pela introspecção da pandemia e pela curiosidade em entender os bastidores da música que amava, começou a produzir em 2020. Hoje, Morgana constrói um som que transita entre 155 e 170 BPM, com texturas densas, elementos sinfônicos e sintetizadores orgânicos que conversam entre si em atmosferas espaciais, tudo isso aliado a traços da musicalidade brasileira, que representa com orgulho em suas composições.

O som de Morgana é mais que ritmo: é uma proposta de cura e conexão, uma espécie de terapia sonora coletiva. Seu trabalho carrega um discurso forte, a música dark como expressão política, social e espiritual. É arte que transforma, provoca e liberta.

Morgana possui um catálogo consistente de lançamentos por selos nacionais e internacionais. Em 2021, estreou na Vailixis Records com a faixa Noite Estrelada, em colaboração com Garnet, dentro da V.A Antediluvian Machines. Desde então, participou de compilações como Psychedelics & Perceptions (2022), Brazilian Shamans 4 (Woo-Dog Rec, 2024) e Membira Apicum (Secto-Notívagos, 2021), além de contribuir com faixas em álbuns da Garnet (Sound Therapy, 2023) e outras parcerias. Sua discografia inclui lançamentos por selos como Rudra Mantra Rec (Índia), Woo-Dog Rec (Reino Unido), Badgers Rec (Grécia), Goajira Rec (Nova York), além da Santa Alien Records.

Dentre os momentos mais marcantes da carreira, Morgana destaca sua estreia ao vivo no Enteogena (Brasil, 2023), em um momento especial de despedida do país, e sua primeira apresentação em Portugal, na Whatever Gathering, onde iniciou sua jornada na cena europeia. Com uma trajetória de estrada que começou vendendo macramê e tocando em festas alternativas, sua caminhada é marcada pela coragem e pela entrega.

Seu processo criativo é livre e intuitivo, refletindo o fluxo natural da vida. Às vezes, a ideia nasce de um insight ao acordar; em outras, vem do vazio fértil da mente aberta. Suas influências vão desde o rap e reggae da infância até as mulheres produtoras da cena noturna com quem compartilhou vivências e trocas, como Cigarra, Garnet, Synesthezk, Innah, Yara e Psique.

Para Morgana, o projeto é também um veículo de valores: amor, paz, respeito e solidariedade são a base de sua visão de mundo. E com essa energia, ela segue firme, com o primeiro EP recém-finalizado, um segundo já em desenvolvimento, colaborações engatilhadas e planos ambiciosos de levar sua arte para novos palcos no Brasil, Europa e além.

Seu maior desejo? Que a música siga sendo ponte, portal e cura. E que um dia, possa viver integralmente daquilo que faz seu coração bater mais forte: transformar o mundo ao seu redor, uma pista por vez.